quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Revista do Rádio n. 602, abril de 1961

CELLY CAMPELLO VAI PARAR DE CANTAR

O broto de maior cartaz de São Paulo, Celly Campello, está se preparando para deixar o rádio e a TV. E aqui estão as explicações que ela nos deu, à propósito:

- Vou aproveitar bastante este ano de 61, pois o meu casamento acontecerá no ano que vem. Depois de casada, não pretendo mais enfrentar o microfone ou as câmeras de televisão e sim dedicar-me exclusivamente à vida do lar. Não encaro a vida artística como uma coisa definitiva. Começou como uma distração e acabou sendo uma profissão, mas apenas passageira.

A pedido da reportagem Celly concorda em falar alguma coisa sobre o seu noivado:

- Meu noivo chama-se Eduardo Chacon, é neto de espanhóis e de italianos, mas sempre viveu em Taubaté. É contador da Petrobrás, em Tremembé, que é uma cidade próxima. Já nos conhecíamos há mais de 3 anos, antes mesmo de eu começar a cantar, e o noivado oficial foi lá em casa em Taubaté, no dia 31 de dezembro. Eduardo sempre frequentou o meu clube e um dia, numa festa, fomos apresentados por amigos comuns. Depois do casamento pretendemos morar em Taubaté, numa casa própria que vamos construir.

Celly Campello continua falando sobre o noivo e pela sua maneira de falar sente-se que ela gosta mesmo do rapaz:

- Eduardo não fez qualquer exigência para que eu abandone as atividades artísticas e acha que até o casamento devo continuar cantando. Concordamos, entretanto, que depois do enlace, eu passaria a só cuidar do lar e dos filhos. Quantos filhos pretendemos ter? Tantos quantos vierem, mas pelo menos 3, dois rapazes e uma moça. Eduardo tem 24 anos e eu estou com 18 e só quero trabalhar mais um ano, pois já me sinto cansada das atividades artísticas. Recentemente tive que tirar férias, pois no ano passado viajei demais e estava emagrecendo muito. Agora só estou fazendo meu programa fixo na TV Record, que é às terças feiras, às 19:30.

Indagada sobre seus planos mais imediatos, Celly conta ao repórter:

- Provavelmente em maio deverei ir a Portugal atuar no Casino do Estoril, em companhia de Tony Campello. Lá ficarei uns 15 dias. Depois voltarei ao Brasil por uma temporada, partindo depois para a América do Sul, visitando a Argentina, Uruguai, Chile, peru, Venezuela etc. Será uma grande excursão artística, a ultima que faremos, Tony e eu.

Depois desta despedida caberá a Tony toda a atividade artística da família. Já tenho bastante dinheiro ganho em rádio, TV, discos e excursões e com ele pretendo comprar um apartamento em São Paulo e outro no Rio. Assim é que o ano de 1961 será mesmo o da minha despedida do rádio e da televisão.

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