sábado, 16 de julho de 2016

EU VI MAMÃE BEIJAR PAPAI NOEL


Na era dos discos 78 r.p.m. não era comum a utilização de capas personalizadas, sendo utilizadas capas genéricas das gravadoras.
Esta é uma agradável exceção.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

CELLY CAMPELLO

CELLY CAMPELLO

A bonequinha que canta e encanta


Diamantino Fernandes Trindade


CELLY NAS REVISTAS

DISCOGRAFIA

CAPAS DE DISCOS

TUNEL DO TEMPO




SIGLAS UTILIZADAS PARA AS GRAVAÇÕES

SINGLE = Compacto simples
EP = Compacto duplo
LP = Long Play 
CD – Compact Disc
78 RPM – Precurssor do SINGLE em 78 rotações


APRESENTAÇÃO

Em agosto de 1954, quando eu tinha quatro anos de idade, a minha mãe ganhou um presente do meu pai: um rádio Pionner. Aquilo era o máximo para mim. Todos os dias à tarde ficava em frente do aparelho para escutar os programas de auditório e me encantava com as cantoras e cantores.
O fascínio continuou e, aos oito anos, descobri o Rock and Roll. Saia correndo da escola para ligar o rádio e ouvir, principalmente, Elvis Presley e Celly Campello. O Rock sempre fez parte da minha vida, mas Celly sempre esteve presente no meu coração e no meu imaginário de infância, adolescência etc.
Em três de março de 2003, A Bonequinha que Canta, faleceu, no Hospital Samaritano de Campinas, vítima de câncer. No dia seguinte, o Cemitério dos Flamboyants recebeu o corpo do Brotinho Encantador. Calou-se a voz que embalou e alegrou muitas crianças e jovens, como eu, no final da década de 1950 e inicio da década de 1960.
Não tenho a pretensão de escrever uma biografia sobre Celly Campello. As reportagens contarão isso naturalmente ao longo da obra. Apenas procurei resgatar um pouco da história da Eterna Rainha do Rock Brasileiro. Para tanto transcrevi a maioria das matérias e imagens publicadas sobre ela nos periódicos: Revista do Rádio, Radiolândia, Revista do Rock, Rock News, Melodias, Sétimo Céu, Música, Fatos e Fotos e O Cruzeiro.
Uma vasta iconografia proveniente, principalmente das reportagens, é apresentada como importante registro histórico. A discografia (quase completa) também foi resgatada, desde os 78 RPM até os CDs. Procurei também apresentar uma parte significativa das capas dos discos.
Enfim, isto é o mínimo que posso fazer como historiador para resgatar, pelo menos em parte, a memória da nossa querida Celly.

CELLY NAS REVISTAS

Revista do Rádio n. 533, dezembro de 1959

CUPIDO FLECHOU, MESMO, CELLY CAMPELLO

Durante a sua permanência em São Paulo, Brenda Lee tornou-se amiga de Celly Campello. A “menina atômica” americana insistiu para que o broto de Taubaté fosse cantar nos Estados Unidos. Mas Celly, devido aos seus estudos, não pode ausentar-se do pais. Prometeu que nas próximas férias irá visitá-la. E cantar? Quem sabe? É possível que faça algumas apresentações em rádio e televisão.

De conversa com a encantadora e tímida Celly Campello saiu essa revelação.

- Ao contrário do que todos dizem na imprensa, eu não nasci em Taubaté. Digamos que, ocasionalmente, nasci na capital paulista.

- Mas fez-se artista em Taubaté.

- Sim, foi nos programas da Rádio Difusora de Taubaté que cantei pela primeira vez. Tinha naquela época apenas cinco anos de idade. Confesso que durante muito tempo não gostava de cantar. Meu fraco era a natação.

- Natação?

- Lá em casa todos adoram a piscina. Em certos dias, meus pais, meus irmãos e eu, íamos todos nadar. Em casa só ficava a empregada. Orgulho-me de aos 13 anos haver conquistado um recorde infanto-juvenil de natação.

- E agora?

- Tenho de cantar, principalmente as músicas americanas, porque elas são do agrado para os brotos. Vez por outra dou minhas braçadas na piscina. Porém, o mais importante para mim são os estudos.

Ao falar sobre sua vida de estudante, Celly Campello salientou que está na 3a série do curso clássico no Colégio Estadual da Taubaté (o que é significativo para uma jovem de 17 anos de idade). Narrou com um certo brilho nos olhos.

- Não pensem que sou uma aluna cheia de regalias. Alguns dos meus professores nem dão bola para meu assunto de me terem como aluna. Querem mesmo que eu “cante” as lições, caso contrário irei para a reprovação! No recente desfile escolar de 7 de setembro, eu seria suspensa se não tivesse comparecido.

Assegurou-nos o pai de Celly Campello, Sr. Nelson Freire Campello, que sua filha tem-lhe dado as maiores satisfações. Perfeitamente acessível a todos os conselhos que recebe, possui bom senso e já resolve sozinha muitos dos seus problemas. E Celly, para desencanto de muita gente, pensou muito para nos dizer friamente:

- Entrei no rádio sem querer. Fiz sucesso sem querer. Com a mesma falta de interesse com que me tornei artista, poderei afastar-me definitivamente do microfone. Meu irmão Tony ficará representando a família no ambiente artístico...

- Responde às cartas dos fans?

- Papai ajuda-me muito nessa tarefa. Muitas vezes, ficamos até pela madrugada nesse labor.

- e o “estúpido cupido”?

Celly, que estava diante do seu pai, ficou “cheia de dedos”. Mas, não escondeu que, ao contrário do que publicaram, já encontrou o seu “príncipe encantado”. E ele é lá de Taubaté. Que felizardo.

Celly em cima do Jeep